Grupo 7 - A batalha dos poderosos (Capítulos 1 e 2)


INTRODUÇÃO

Simão mora no reino do Sul, dominado pelo rei Encanto Sagrado, que está no poder há mais de dois séculos.
Naquelas terras assim como no reino do Sul existem dois tipos de pessoas: os seres sublimes e os seres carnais. Os seres sublimes têm vida eterna, ou seja, nunca poderão morrer. Enquanto os seres carnais vivem normalmente até os 100 anos. Os seres sublimes não envelhecem, não adoecem e nem sentem medo. São eles que dominam a terra e ajudam os seres carnais a vencer seus conflitos.
Os seres sublimes, porém não podem se encontrar com a solidão. Caso isso ocorra eles se tornam em um ser carnal. Um dos meios de adquirir a solidão é não entrar em contato com o rei, sacerdote ou seu líder nas épocas determinadas.
Simão era um dos seres sublimes que esperava conhecer o Encanto Sagrado. Ele já estava para completar quase os quinzes anos, idade em que teria que ir ao Palácio Real e conhecer o rei.
Mas Simão estava muito ansioso para ir ao Palácio e queria conhecer o rei antes dos quinze anos.
Os comentários que faziam do Encanto Sagrado eram animadores, divertidos e empolgantes. Diziam que o Encanto Sagrado era um jovem muito valente e forte. Falavam que ele podia com o piscar dos olhos se transportar do reino do Sul para o reino do Norte, com poderes inimagináveis e sobrenaturais. Todos admiravam sua inteligência, bravura e determinação.
No salão real, apenas duas pessoas estavam diante dele: A rainha Lia, sua esposa, e o príncipe Guerreiro, seu filho. Apenas podiam entrar os sublimes e carnais chamados pelo Encanto Sagrado. Bem como os seres sublimes que estavam completando 15, 30, 45, 60, 75, 90 e 105 anos. Depois dessa idade os seres sublimes teriam que comparecer diante do rei de 1000 em 1000 anos.


                       
O ENCONTRO DE SIMÃO COM O ENCANTO SAGRADO

Em uma tarde muito fria, Simão voltava da escola, cheio de perguntas para fazer ao rei no dia em que o fosse conhecer. Simão contava dia após dia, até a data de seu aniversário de 15 anos. Sua cabeça inquieta queria saber como o rei conseguiu achar a fonte dos Poderes.
A fonte dos Poderes é o único meio de um ser sublime poder assumir a posição de rei naquela terra, já que todo rei deve ter poderes sobrenaturais para governar a região do Sul.
Levantando os olhos, Simão viu algo muito estranho em sua frente a uma certa distância que não dava para definir o que era. Parecia pessoas discutindo ou brigando, mas não era. Ele correu mais para perto pra ver o que era e quanto mais chegava perto mais difícil se tornava a visão do que era. Então ele ouviu alguém gritar:

Voz distante: Não corra mais. Pare aí onde você está. Não venha perto.
Simão: O que está acontecendo? Quem são vocês?
Voz distante: Não podemos falar. Agora vá pelo outro caminho e não ouse passar aqui hoje outra vez. Ordem do Encanto.
Simão: Quero vê-lo. Onde está o rei? Preciso conhecê-lo.
Voz distante: faça apenas o que eu digo Simão. Volte pra casa pelo outro caminho e não volte por aqui hoje.

Simão voltou para casa obedecendo à ordem dada pelo rei, e não voltou naquele dia para aquele lugar.
Quando chegou em casa, comentou com o Justo, seu pai, sobre o ocorrido. Justo ficou muito orgulhoso pelo seu filho.
Na manhã seguinte, cavaleiros sublimes pararam em frente a porta da casa de Simão. Seu pai saiu para atendê-los.

Justo: Em que posso ajudar aos senhores?
Cavaleiro Pedro: Viemos levar Simão. O Encanto o chama.
Justo: Mas ainda não chegou o tempo. Simão faz quinze anos daqui a cinco semanas.
Cavaleiro Pedro: Não seja resistente à ordem do rei. Temos que levá-lo agora.
Justo: Pois não. Deixa-me acordá-lo. Aguardem um pouco.

Simão foi acordado e levado perante os cavaleiros sublimes. Pedro o levou em seu cavalo real, Corsus, o cavalo mais famoso do reino do Sul.
Aquele era um grande momento para o garoto de quase quinze anos de vida eterna. Seus olhos brilhavam a cada galopada de Corsus. Seu coração batia forte e ansioso para entrar no salão do rei Encanto Sagrado.
No caminho, os cavaleiros planejavam como seria a entrada deles no Palácio Real. Simão queria ouvir, mas de repente foi impedido por Pedro, que parou o cavalo no meio do caminho e o deixou ali esperando, enquanto planejava com os demais.
Tudo era muito bem articulado e mantido em segredo. O reino do Sul era um dos únicos reinos daquela terra a ser governado por um rei apenas. Os outros reinos eram divididos em comunidades e cada comunidade tinha um guerreiro que a governava. Em ambos porém habitavam seres sublimes e carnais. Não havia um reino do mal. Todos os reinos daquela terra eram do bem. Não existia inimigos naquela região.
Na entrada do Palácio Real, Corsus abriu suas asas e voou levando Simão. O cavaleiro Pedro ficou à entrada juntamente com os outros cavaleiros e cavalos. Corsus voava em direção ao lugar dos Poderes reais, onde ficava o salão real. Simão olhava todos os lugares do Palácio e cheio de felicidade entoava o cântico dos seres sublimes, cantado por eles em momentos sublimes como o que vivia.
Chegando na porta do salão, Corsus o deixou e retornou voando para o cavaleiro Pedro. Na entrada da porta havia um ser sublime, guarda principal do rei Encanto Sagrado, chamado Guardian.

Guardian: Chegou na hora correta jovem sublime. O Encanto o quer ver.
Simão: Esse momento eu esperei durante muito tempo e não posso deixar de vivê-lo.
Guardian: Grite bem alto pelo nome do rei e as portas irão se abrir.
Simão: Obrigado.


E Simão gritou uma vez o nome do rei. – “Encanto Sagrado, estou aqui”. Mas nada aconteceu. Gritou pela segunda vez e ainda nada havia acontecido. Foi até o Guardian e o disse que a porta ainda não se tinha sido aberta. Guardian o recomendou gritar mais uma vez.
Simão tentou a terceira vez e um barulho muito forte se fez e os portões se abriram. Uma luz muito forte vinha na direção dele quando caiu de joelhos no chão. O rei vinha em sua frente mas Simão não podia o ver, a luz era tão forte, como se fosse o sol em sua frente. Simão tentou levantar sozinho, mas não conseguiu e uma mão forte o sustentou e o levantou, chamando pelo seu nome com uma voz tão forte e ao mesmo tempo nunca ouvida.

Simão: Rei Encanto Sagrado. Esse momento é muito importante para mim. Que bom estar ao seu lado, podendo ouvir sua voz. Mas queria muito poder o ver.
Rei: Simão, filho. Poderá me enxergar quando teu coração não estiver mais ansioso. Venha comigo. Temos muito o que conversar.
Simão: Rei. Como você é gentil e muito cheio de luz. É mais do que falavam. Sua voz é esplêndida.
Rei: Simão, filho. O teu tempo comigo seria daqui a cinco semanas. Mas o reino precisa de um ser sublime como você e por isso o chamei. De todos os jovens do reino do sul, apenas sete conseguiram passar na prova do caminho. Queria que fossem mais, porém, não posso trazer para o reino seres sublimes que não ouvem as ordens reais. Tenho uma missão para vocês.
Simão: Rei. Que missão tenho que fazer? Algum problema com os reinos de outras regiões? O oráculo acordou?
Rei: Não Simão, não fale isso. O oráculo dorme há milhares de anos e jamais poderá acordar. O rei Juan destruiu o oráculo eternamente e o prendeu na prisão do sono eterno.
Simão: Mas rei, as informações que tenho são que os reinos estão em paz e não existem problemas desde a época do Juan.
Rei: Simão. Temos um problema sim. E o reino do sul corre um grande risco se não agirmos logo. Olha pra mim.
Simão: Rei, estou conseguindo enxergá-lo.
Rei: seu coração finalmente está tranquilo.

Naquela hora Simão começou a chorar de muita alegria e abraçou o rei que tanto amava. Os seres sublimes da região do sul eram os únicos seres que se dedicavam ao seu rei de maneira diferenciada. Em todas as outras regiões daquela terra não havia reino igual.
Aquela região estava dividida em quatro reinos: o reino do sul, governado por Encanto Sagrado; o reino do Norte, dividido em duas comunidades, a comunidade da luz, dirigida pelo sacerdote Chorgus, e a comunidade do sol, dirigida pela princesa Serghian; o reino do Mar, que não tinha líderes, mas era dividido por duas regiões principais e cada uma delas governada por duas famílias de seres sublimes: a região das Luzes, com a influência das famílias Hogles e Jubil e a região dos Justos, sob influência das famílias Conde e Manfah; e o reino da comunidade dos Sublimes, dividida em três regiões: a região do Poder, liderada pelo sacerdote Heitor; a região de Juan, antigo rei do Sul, liderada pelo próprio Juan e a região dos reinos do Poder, governada pelo sacerdote Imperius.
Todos os reinos eram do bem e não havia um reino do mal. Todos eram cordiais e não havia inimigos. As únicas tentativas de guerra se deram na época do sacerdote Oráculo, mas a batalha daqueles poderosos não chegou a ocorrer por intervenção de Juan que prendeu milagrosamente oráculo em um sono eterno para fazê-lo perder a idéia de unificar aquela região e se tornar o único rei para sempre, o que é uma abominação aos olhos dos seres sublimes.

Simão: O que está acontecendo?
Rei: venha comigo. Temos que conversar na sala de reuniões reais.
Simão: Vamos.
...
Rei: A comunidade da luz está se preparando para criar um novo reino que ameaça o nosso reino. Eles articulam a unificação do reino do norte, o que não seria problema, mas querem expandir seu reino até o nosso e o articulador principal não tem a aprovação da princesa Serghian para a unificação.
Simão: Como um sublime pode agir assim, mesmo sem a aprovação do outro.
Rei: Quando um sublime discorda com outro existe o apelo popular, envolvendo os carnais e sublimes. A aprovação está dada pelo povo, mas é impossível a expansão ao nosso reino, que se torna um obstáculo para o projeto da comunidade da luz. No entanto, o sacerdote Chorgus não quer dar ouvidos a mim e nem me recebeu em sua casa quando tentei falar com ele. Seus projetos são abomináveis a partir daquele dia. Não poderão continuar. Por isso temos que agir e começar uma batalha entre poderosos.
Simão: Rei Encanto Sagrado. Isso é uma ameaça aos seres carnais que não podem resistir a forças sobrenaturais. Como travaremos essa guerra?
Rei: não iremos travar guerra na região. Iremos guerrear no castelo das Forças, na região dos reinos distantes. O sacerdote Orhum nos deu sua autorização.

Naquela mesma hora entram na sala de reuniões a rainha Lia e o príncipe Guerreiro correndo. Parecia ser algo muito estranho acontecendo...

Rainha: Encanto Sagrado, meu rei. O sacerdote Chorgus está a sua espera no pátio real. Disse que precisa vê-lo urgente e pede desculpas por não tê-lo recebido.
Rei: Mande dizer que as desculpas são lhe dadas. Guerreiro, príncipe do reino, leve o sacerdote Chorgus ao salão do reino e peça para me esperar.
Príncipe Guerreiro: Às suas ordens, pai, meu rei.

Simão acompanhou o rei Encanto Sagrado até o salão do reino para tratarem junto ao sacerdote Chorgus sobre a situação desencandeada por sua indisciplina.
Ao chegarem ao salão do reino o sacerdote já estava ali.

Sacerdote Chorgus: Rei Encanto Sagrado. Muito grato por ter me perdoado e me recebido em seu reino.
Rei: Nós estaremos a disposição dos demais sacerdotes, líderes e reis de nossa terra para o bem dos seres carnais e dos seres sublimes.
Sacerdote Chorgus: Claro Rei. Por isso estou aqui. Meus planos são esses e sempre estarei olhando para o bem de nossos subordinados.
Rei: Não consigo entender sua atitude em querer unificar os reinos do sul e norte. Isso contraria nossa terra e o desejo do nosso povo.
Sacerdote Chorgus: Não. Jamais contrariou e jamais há de contrariar nossa terra e nosso povo. A unificação tornará possível um alinhamento dos nossos ideais e um reino mais forte.
Rei: Mas você conseguiu por seu ato tornar sua intenção abominável. E você sabe que isso significa violação de princípios que regem nossa Lei Superior. Você não me recebeu em sua região.
Sacerdote Chorgus: Entendo isso. E sei que essa situação só poderá ser resolvida com a batalha do bem contra o bem, ou seja, batalha dos poderosos e quem vencer terá a decisão final. Por isso vim dizer que a comunidade da Luz já formou a equipe para a batalha. Temos doze pessoas escolhidas dos melhores jovens sublimes. Estamos prontos para a guerra e na data determinada iremos lutar por nosso ideal.
Rei: Não se preocupe. Temos nossa estratégia também. Vá em paz e coloque sua gente para pensar bastante e agir por amor ao reino de nossa terra e não somente pelo seu ideal, sacerdote.

...

Simão: Rei Encanto Sagrado. Como venceremos a comunidade da luz se somos apenas sete jovens escolhidos.
Rei: Jovem, não veja por esse ângulo. Os poderosos não medem pela quantidade, mas sim pela unidade do seu grupo. O poder não está no indivíduo em si, mas sim na equipe. Os resultados são maiores quanto maior for a sinergia do grupo. Se você e sua equipe focar o bem da nossa terra e entender que estamos aqui pelos seres carnais, para ajudá-los a vencer suas limitações, será um diferencial na luta do bem contra o bem.
Simão: Claro. Agora sei o motivo de ser um rei tão amado em nosso reino. Quando formaremos a equipe e quem será o líder da equipe?
Rei: Acredito que você já tem a noção de quem será o líder. E formaremos a equipe assim que a ordem do céu conceder a autorização para sua formação.
Simão: Todo esse seu carinho por mim me dá realmente a ideia de que eu serei o líder da equipe. Mas ainda não entendo.
Rei: Você foi escolhido líder por sua persistência e coragem em querer conhecer a mim e ao meu reino, além de ter passado na prova do caminho. Sua vida sempre foi um desejo de conhecer o rei e isso é muito especial pra mim e para todos os seres carnais e sublimes. Amanhã quero você na sala da ordem do céu. Você irá dormir conosco até o fim da batalha.
Simão: Obrigado, rei meu. Estou muito animado para lutar pelo reino.
Rei: Agora vá. O príncipe Guerreiro o acompanhará até teu quarto novo.

Aquele dia foi muito marcante para Simão. Seu coração estava tranquilo e não mais ansioso, pois já havia realizado seu sonho de conhecer o reino e ao rei.
Na manhã seguinte o conselho real, chamado de ordem do céu, composto por chefes do reino iria se reunir para definir as diretrizes principais da batalha dos poderosos, as estratégias e definir a equipe bem como o nome da equipe. Somente com a autorização formal da ordem do céu a equipe poderia ser formada e reunida. Eram componentes da ordem do céu: os conselheiros reais, o Sublime Hélio, o Sublime Kian e a Sublime Marry, que eram os principais da ordem e conselheiros diretos do rei Encanto Sagrado. Ainda, havia os notáveis e iluminados, equipe responsável pela administração do reino, o Sublime Michel, o Príncipe Guerreiro e a rainha Lia; e os sacerdotes reais, o sacerdote Petrus, a sacerdotisa Hanna e o sacerdote Giulius. Os sacerdotes representavam as pessoas ou subordinados do reino tratando de questões sociais e levando ao rei as principais aspirações daquela terra. Todas as vezes que a ordem do céu se reunia, o rei comparecia de forma a conduzir a reunião e poderia levar um convidado de seu interesse. Todos eram pessoas de total confiança do rei e do reino.

Postar um comentário

0 Comentários