Grupo 7 - 3ª Temporada - Capítulo 2 (A oferta dos reinos)

CAPÍTULO 2

A OFERTA DOS REINOS


A Ordem de Finlan se dispôs e em cumprimento à profecia de Giel foi até á Terra das Prisões, que era governada pelo grande rei Prince. Fazem parte desta Ordem Maior as quatros ordens daquelas terras, a saber, a Ordem de Harius, a Ordem do Céu, a Ordem de Juan e a Ordem da Luz. O seu líder é o mesmo que governa o reino do Sul.
Ao chegarem à Terra das Prisões, os quatro líderes foram recepcionados pessoalmente pelo rei Prince, que já sabia da chegada da Ordem de Finlan.
Prince parecia amigável e não inspirava a mesma fúria da época em que Oráculo havia despertado do sono eterno.


Prince: Eu sempre esperei por esse momento. É o primeiro presente que ganho de uma Ordem tão famosa como a de vocês.
Simão: Você nos envolveu em grandes problemas, mas não conseguiu nos derrotar Prince. Agora sabe que somos tão poderosos que nem mesmo reis como você pode nos parar.
Prince: Sim, sempre soube de sua força.
Juan: Queremos entender o que significa este momento. Por isso viemos aqui.
Prince: Não sejam ansiosos. Acompanhem-me.

Prince os fez andar por cerca de vários e vários dias até um grande e alto monte. Nenhum deles ousou usar seus poderes. Nem mesmo Simão, nem mesmo o próprio Prince. Os quatro líderes da Ordem de Finlan traziam suas ofertas, cada oferta em seus carros e cavalos reais. Uma grande comitiva de cavaleiros estava ali, pois era enorme a quantidade de presentes que seriam entregues a Prince. Ao chegarem ao alto do monte, os líderes depositaram suas ofertas aos pés de Prince.
Ali naquele monte havia paz, grande silêncio e quietude. Prince pediu que todos se assentassem, sobre a grama verde que cobria a superfície do monte. Fazia um frio leve e agradável.

Prince: Vocês me trouxeram presentes. Alguns de vocês no passado me trouxeram problemas. Eu tentei ajudá-los, mas quebraram as regras. Agora me trazem presentes. Não hei eu de retribuí-los com isso? Claro que sim. Queriam entender o que significava este momento. Pois saibam que quando se entrega algo de valor a Prince, Prince sempre retribui com algo de valor e de importância também. E o momento é propício, pois precisam de um rei para suas terras e até o momento não encontraram. Harius foi seu primeiro rei. Ele encontrou a fonte dos Poderes. Depois muitos reis vieram, inclusive Simão e Juan que aqui estão. Como encontraram a fonte dos Poderes? Não sabem? Ou não querem lembrar? Ou não podem lembrar? Simplesmente não podem entender. E o motivo? Não buscaram o conhecimento para isso.
Juan: O que quer dizer com isso? A fonte dos Poderes significa muito para nós. Quer nos levar a acreditar que não sabemos muito sobre ela?
Prince: E sabem? Então traga de volta um colar como o primeiro que teve.
Juan: Reis só encontram uma vez esta fonte. Não existe essa possibilidade.
Prince: Porque só uma vez? Como acham que sou rei há milhares e milhares de anos?
Mateo: Suas leis são diferentes da Lei Suprema de Finlan. Não pode querer nos confundir.
Prince: Não quero vos confundir. Reis são reis, independente das leis de suas terras. Os reis nascem das leis ou as leis nascem dos reis?
Serghian: As leis são criadas pelos reis.
Prince: Você respondeu corretamente. Os reis estão acima de suas leis, mas nenhum de nós pode as transgredir. E sabem o motivo?
Simão: Seria o mesmo que transgredirmos a nós mesmos. Pois as leis são na verdade a expressão de nossa vida, de nosso compromisso com o mais fraco, com o nosso povo e com nós mesmos.
Juan: O que você quer que entendamos Prince? Pode ser mais claro?
Prince: Vejo que alcançaram um nível de conhecimento elevado, tão elevado e tão superior que eu mesmo não consigo alcançar. Mas mesmo assim deixaram passar algo que os faria ser melhor. A fonte dos Poderes não é adquirida uma vez apenas. Ela pode ser permanente, como eu sou um rei permanente.
Simão: Quer dizer que a fonte dos Poderes pode ser encontrada várias vezes por um mesmo sublime? E por que entre os sublimes de Finlan não ocorreu o mesmo? Nem todos são reis, a maioria dos líderes foram sacerdotes reais ou mesmo sacerdotes sem poderes reais.
Prince: É o que eu disse. Quantos de vocês buscaram formar conhecimento sobre esta fonte?
Simão: Prince, eu mesmo, desde pequeno, sempre quis entender sobre o colar de cinco pedras reais.
Prince: Quantos amigos seus queriam saber sobre ela?
Simão: Não lembro. Acho que ninguém nunca comentou nada comigo. Eu guardava isso no meu coração. Acho que esse desejo me fez encontrá-la.
Prince: E não deseja mais?
Simão: Aprendi que a encontramos uma vez apenas.
Prince: É o que quero revelar para vocês agora. É a minha retribuição. Por isso esse momento se fazia necessário. Giel sonhou com ele. Eu sabia desde sempre, desde a primeira vez que sonhei com o seu povo.
Simão: Você quer nos mostrar como encontrar novamente a fonte dos Poderes?
Prince: Absolutamente. Vocês precisam disso, caso contrário, seu povo continuará em assolação.
Serghian: Nos mostre o caminho, então.

Prince ali mesmo os fez adormecer com seus poderes especiais e os reis das terras de Simão caíram ao chão onde receberam o conhecimento da fonte dos Poderes. Prince os fez enxergar o dia em que Harius conseguiu fazer uma reflexão sobre si mesmo, uma reflexão interior, que para os sublimes significa o encontro com a fonte dos Poderes. Eles se surpreenderam com isso ao mesmo tempo em que sentiram um grande desejo de fazerem como Harius fez. Simão e Juan, que já haviam encontrado uma vez esta fonte, lembraram que haviam feito o mesmo, e se perguntaram como tinham esquecido daquele momento.

Simão: Era isso. Uma reflexão interior. Um tempo sozinho refletindo sobre a vida, respirando a vida que temos.
Prince: Agora creio que vocês estão aptos a continuar reinando. Simão, você não precisa mais se preocupar com os sublimes de sua terra. Eles não encontrarão a solidão. Sacerdote Juan e Mateo vocês serão reis agora. Vão merecer isso. Princesa Serghian, filha de rei, não herdaste o poder de uma rainha, receberá este poder por mérito.
Juan: Somos gratos a você Prince.
Prince: Não precisam o ser. Estabelecemos apenas uma troca de riquezas e conhecimento. Esse momento tinha que acontecer, eu sonhei com ele e os meus sonhos sempre acontecerão. Eu sou Prince, rei de Oparantum, mais conhecida como Terra das Prisões, sou conhecedor dos tempos e detentor dos sonhos que irão ser reais, sou o que domina o sono eterno.

Os quatro líderes da Ordem de Finlan encontraram a fonte dos Poderes. Agora eles eram reis. Prince os levou de volta pelo mesmo caminho, nenhum deles novamente ousou usar poderes para chegar mais rápido no Castelo Real de Oparantum. O rei Prince celebrou com um grande banquete a presença da Ordem de Finlan. Simão não podendo mais se manter calado perguntou por Giel, o primeiro-ministro do reino de Prince.

Simão: Não recuse me responder, Prince. Onde está Giel, meu amigo?
Prince: Giel sofre as conseqüências de ter quebrado regras.
Simão: E qual regra ele quebrou?
Prince: Ele retirou do salão de Oparantum a pedra principal. Esta pedra só pode ser retirada dali por mim ou por outro que não seja meu descendente. O estatuto é bem claro.
Simão: O estatuto de Oparantum é bem claro. Por isso sua fúria é inútil.
Prince: Minha fúria se manifesta da forma como você a conheceu. Não é inútil, tem o propósito de corrigir violadores de regras. Caso isso não aconteça, sempre quebrarão minhas regras. Eu odeio os quebram minhas regras.
Simão: Prince não entrou no salão de Oparantum. Você está enganado. Seus sonhos não te revelam tudo.
Prince: Como sabe disso? Você quer defender Giel, só porque ele te ajudou?
Simão: Não significa isso. Eu quero apenas ser justo. Eu sei o que se passou no dia da festa de seu aniversário naquela época. Você não percebeu, mas não era Giel que estava no meio de vocês ali. Era o seu conselheiro Inse todo o tempo. E você conhece os poderes que Inse tem de manipular a realidade, de se transformar em outros sublimes e carnais. Inse entrou no salão de Oparantum. Inse retirou dali a pedra principal e a entregou a Giel.
Prince: Eu não posso deixar de acreditar em você. Você me inspira verdade e justiça. Tenho que me acalmar e tocar na pedra principal para que minha fúria cesse. Não posso continuar furioso por algo que não é real. Inse não é descendente meu, por isso não houve violação de regras.
Simão: Vá e faça justiça. O rei Giel não pode continuar assim.
Prince: Vamos até ele.
Simão: Onde ele está?
Prince: Eu o fiz dormir. Está no Santuário do Sono.
Simão: Desperte-o. Ele é um rei e seu povo precisa dele. Ele não merece estar ali junto a Oráculo.
Prince: Eu o farei. Eu tirarei meu filho dali agora mesmo.

Prince e os reis foram até o Santuário do Sono. Somente Juan conhecia aquele lugar. A sensação era terrível para qualquer sublime que ali entrava ao ver os corpos de seres eternos sobre altares em um sono assustador. Prince se aproximou de Giel. Os reis da ordem de Finlan também.

Prince: Desperte de seu sono, filho.
Giel: Pai, meu rei, o que fiz para me colocares aqui? Isso não é justo.
Prince: Eu me arrependo filho. Perdoa o teu pai, por ter cometido esse erro.
Giel: Claro que te perdôo. Eu consegui enviar meu filho, usando minhas habilidades, ainda no sono, até Simão. Eu sabia que ele poderia me ajudar.
Simão: Aqui estou, amigo. Eu te devia essa. Ainda assim continuo com dívidas para contigo. Você me foi mais do que especial.
Giel: Eu preciso voltar para Unius.
Simão: Você reina sobre Unius?
Giel: Sim.
Simão: Fico feliz em saber disso.
Giel: Estarei esperando por você por lá. Combinado?
Simão: Tudo bem. Claro.

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