CAPÍTULO 4: O CAFÉ AMARGO
Nos episódios anteriores de ENCONTRO PROIBIDO:
Caio: Desculpa. Eu não disse o meu nome. Eu me chamo Caio.
Linda: Caio. Prazer. Eu sou Linda.
Caio: Você tem todos os motivos para ter esse nome.
Linda: Obrigado. Mas agora eu tenho que ir. Foi bom falar com você.
...
Sara: Caio! Você já veio pro almoço. Ainda nem está na hora!
Caio: Eu estava com dor de cabeça. Resolvi descansar um pouco.
Sara: Por acaso você está com algum problema? Você quer me contar alguma coisa, Caio?
Caio: Não, Sara. Estou bem. Acho que foi o dia de ontem. O Guto nos deixou muito aflitos.
Sara: Ele já está bem. Não se preocupe. Relaxa, deita um pouco, que eu vou buscar um chá pra você tomar.
...
Caio: Obrigado. Eu te amo. Não posso deixar de te amar.
Sara: Eu te amo, também.
Caio: Fica aqui comigo. Eu preciso de você.
Sara: Claro. Eu jamais vou te deixar.
Caio: Como eu gosto de te ouvir.
...
Sara chama por Caio. Está na hora do almoço.
Sara: Caio. O almoço está pronto. Vem pra mesa.
Caio: Estou indo querida. Estou indo. Só um minuto.
Caio estava no quarto e o celular tocou.
Caio: Oi. Quem fala?
Atendente de Caio (Margareth): Sr. Caio. Uma jovem de nome Linda procurou por você agora pouco. Ela pediu seu telefone, mas eu não dei. Pedi que ela deixasse um recado. Mas ela não quis.
Caio: Tudo bem, Margareth. Eu falo com ela.
Margareth: Boa tarde, Sr. Caio.
Caio: Até logo, Margareth.
Sara perguntou a Caio quem estava no celular.
Caio: Era a Margareth.
Sara: O que ela queria? Alguma reunião importante?
Caio: Não, não. Era um cliente que eu esqueci de atender hoje. Mas nada prejudicial. Vou entrar em contato com ele.
Sara: Não era mesmo importante?
Caio: Não, não. É um grande amigo. Ele não vai se importar.
Sara: E desde quando amigos não são importantes?
Caio: Quero dizer que não preciso me preocupar com negócios feitos com amigos. Eles são mais mansos que os outros clientes.
Sara: Nem sempre.
Caio: Concordo.
Caio comeu rápido, deu um beijo na Sara e outro no Guto.
Ele saiu de casa, estacionou o carro num shopping próximo e ligou para a Linda.
Caio: Você foi procurar por mim em minha empresa?
Linda: Eu precisava conversar. Estou precisando muito te ver.
Caio: Linda. Eu sou casado. Eu tenho um filho. Nós dois não podemos nos ver mais.
Linda: Não pense mal de mim, Caio. Eu só preciso de um amigo. Sou nova na cidade e não conheço ninguém. Preciso falar com você. Por favor.
Caio: Agora não dá mais. No final da tarde podemos nos ver no café.
Linda: Ótimo, Caio. Estarei lá.
Caio: Até a tarde.
O jovem executivo saiu do shopping e chegou na empresa menos atordoado. Parecia que acreditava nas palavras de Linda e isso lhe dava uma falsa sensação de conforto. Na verdade Caio queria que Linda estivesse apaixonada por ele. Mas ele preferia acreditar que ela só queria amizade e nada mais.
John (executivo): Caio, amigão. Você perdeu a reunião de manhã. Você nem sabe? O Thomas deu um show na sua apresentação do novo projeto de Marketing.
Caio: Não me surpreenderia se estivesse presente. O Thomas sempre foi ótimo. Eu o admiro desde que entrou aqui.
John: Não venha com essa, Caio. O Thomas é ótimo, mas eu sou insuperável.
Caio: O Thomas é ótimo e você também.
John: Qual é amigo? Não me acha melhor que o Thomas?
Caio: Você é tão bom quanto ele. Não explore minha amizade. Eu sou seu amigo desde criança e te conheço muito bem. Mas nunca deixei de se sincero com você. Se você fosse melhor que ele eu diria. Se fosse o contrário, também diria.
John: Se é assim. Então tá. Ah! Deixei uns biscoitos que a Hanna fez encima de sua mesa. São deliciosos. Você vai gostar.
Caio: Claro. A Hanna é uma ótima amiga e uma ótima cozinheira.
Hanna: E uma ótima esposa.
Caio fez uma reunião com a sua equipe naquela tarde. Ele iria expandir a empresa para algumas outras cidades. Alguns projetos foram exibidos. Caio passou um pouco mal durante a reunião. A equipe ficou um pouco tensa, mas o ajudou.
Gustavo: Caio. Você está bem? Parece tonto.
Caio: Estou só um pouco cansado. Meu filho estava desde sexta-feira à noite. Mas estou bem.
Gustavo: Se você quiser suspender a reunião. Amanhã continuamos.
Caio: Não podemos adiar para amanhã. São projetos importantíssimos e temos que colocá-los em prática ainda semana que vem.
Gustavo percebeu que Caio ainda estava impaciente e o ajudou a prosseguir com a reunião. Caio ficou sentado. Mas não queria passar para a equipe sua preocupação. Ele se fazia de forte, mas sua alma estava fraca.
Ao terminar a reunião, que levou cerca de três horas, Caio se despediu dos colegas e foi até o café.
Linda: Você veio, Caio. Sente-se aqui.
Caio: Claro. Eu não parava de pensar
Linda: Não estou muito bem. Desde que mudei pra cá, há alguns meses, não consegui me adaptar. Estou sentindo falta de meus pais, minha família e amigos.
Caio: Porque você deixou sua cidade?
Linda: Eu precisava trabalhar. Consegui meu primeiro emprego aqui.
Caio: Você faz o quê?
Linda: Sou médica.
Caio: Que legal. Você consegue curar as pessoas. Mas o teu problema...
Linda: Eu não consigo me curar.
Caio: Eu tenho pensado muito
Linda: Eu também Caio. Desde o primeiro dia. Eu não quero atrapalhar tua vida.
Caio: Você não está atrapalhando. Eu mesmo poderia não ter deixado acontecer. Mas estou aqui.
Linda: Você quer ser mais que um amigo?
Caio: Eu não posso. Acho que não devo mais me encontrar com você.
Naquela hora Sara entra no café e vê Caio com Linda.
Sara: Caio? O que você faz aqui? Quem é sua amiga?
Caio: Sara, esta é a Linda. Nós estamos conversando sobre negócios. Ela é a cliente de quem eu estava falando.
Sara: Mas não era um amigo?
Caio: Foi só a expressão. Mas é a Linda, uma amiga.
Sara: Prazer, Linda.
Linda: O prazer é meu.
Sara: Vou deixar vocês dois conversando. Eu vim apenas comprar um chocolate para o Guto.
Caio: Está com você.
Sara: Sim. Está no carro.
Caio: Vou com vocês. Eu e a Linda já terminamos.
Linda: Claro, Caio. Amanhã mando os papéis pelo meu assessor.
Caio: Vou aguardar.
Sara não gostou nada do que viu. Caio percebeu e ficou sem jeito. Ele sabia que quando chegasse em casa ela iria fazer milhões de perguntas.
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