O Inconformado - Especial de Fim de Ano

Postagem 3: 22.12.2008

Esse cara é muito convincente. Ele já conseguiu me convencer de entrar em um esgoto cheio de porcaria só para pegar uma nota de cem dólares. Mas dessa vez acho que a parada vai ser um pouco complicada. É tudo bem, tudo bem. Ele conseguiu desviar o foco dos seus pais para Paris. Mas Annie é um muro forte e difícil. A garota sempre sonhou ir à Nova Iorque e economizou durante todo o ano alguns dólares para gastar na capital mundial. Ela é daquelas adolescentes que não são fáceis mesmo. Seu jeitão de garota séria e ao mesmo tempo de implacável tornava o inconformado irmão em um manso e humilde rapaz. Talvez ele não conseguisse nunca levar a irmã ao continente europeu naquele final de ano.
Bom, mas deixa eu continuar...
Estava chegando já o mês de dezembro e a família iria viajar na segunda quinzena do mês. Então o garoto tinha pouco mais de 15 dias.
Joe me chamou então para uma missão. Eu queria saber o que era antes de me encontrar com ele. Porém não quis me contar.
Eu: O que você quer com essa urgência?
Joe: Preciso de sua ajuda com a minha irmã.
Eu: Que tipo de ajuda? Por acaso ela está correndo algum risco?
Joe: Não, não. Eu estou correndo risco de perder minha viagem.
Eu: Claro, Joe. Se você perder essa viagem você fica louco. Mas o que eu tenho com isso?
Joe: Você sabe que a Annie sempre gostou de você. E se você contar pra ela que você está indo conosco ela não vai hesitar.
Eu: Deixa-me ver se eu entendi. Você quer que eu diga a sua irmã que eu estarei com você e seus pais na viagem da família mais rica da Califórnia. Concluindo, você quer que eu minta a sua irmã e a faça sofrer depois. Ótimo, Joe. Acho que não vou poder ajudar você.
Você pode ter certeza da reação do garoto. Mas eu conto depois. Bye.

Postagem 4: 22.12.2008

Sim, estava falando da reação do inconformado. Ele não se conformou com minha resposta. Mas eu sai correndo dos gritos e berros histéricos de um nervosinho e doente como o Joe. Corri mesmo e fui pra bem longe dele por alguns dias. Ele ligava sempre pra mim, mas eu nunca atendia o celular. Ele não seria capaz de me matar não. Não, ele não chegava aos extremos. Mas era chato vê-lo naquele estado.
Dois dias eu voltei em sua casa e conversei um pouco com ele. Eu tentei convencê-lo de mudar de idéia e de tentar conversar com a Annie sem a necessidade de me envolver.
Eu: Você sabe que eu amo a Suse e não posso me envolver nessa mentira. Se eu criar essa esperança pra Annie ela pode sofrer. Será que você não se importa com o sentimento dela?
Joe: A Annie não vai se importar. Se você falar que vai ela vai apenas se sentir um pouco feliz. Você vai fazer ajudá-la a sorrir pelo menos uma dia.
Eu: Mas é mentira. Você sabe que eu não gosto de mentir e ainda mais dessa forma. Eu gosto de sua irmã, mas apenas como amigo. E como um bom amigo não posso arriscar essa amizade.
O legal daquela conversa foi que a Annie estava escutando tudo e nos surpreendeu com sorrisos adoráveis.
Annie: Quer dizer que meu irmão estava tentando te seduzir a mentir pra mim.
Eu: Sim, Annie. É isso mesmo que você ouviu. Mas não te preocupa, eu não vou com vocês, não. Já tenho planos com minha família e com a Suse.
Annie: Mas como você teve a coragem Joe. Seu melhor amigo e você ainda o quis prejudicar com essa mania doida que você tem de não suportar a realidade. Eu não vou a Paris. E não pense que papai e mamãe vão com você. Eu sou a mais nova e eles nunca me deixariam ir sozinha. Vai ser a minha vontade contra a sua.
A Annie foi um pouco dura com o irmão problemático. Acho que ela deveria ser menos cruel. Porém tinha certeza de que o Joe iria desistir da Europa. Mas depois você vai descobrir isso comigo. Bye.

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