MARCO

Ele foi enterrado dois dias depois no cemitério central da cidade. Eu não consegui superar essa perda por mais de dois anos. Foi muito doloroso. Eu não acreditava naquilo. Pensava estar sonhando. Afinal ele parecia tão bem ao acordar do coma, e em poucas horas voltar ao coma e morre. Foi um grande choque pra família e pra mim.
Duas semanas depois eu fiz as provas do vestibular e fiquei sabendo da minha aprovação em um mês depois. Eu iria começar o curso de administração no mês de agosto, no segundo semestre daquele ano. No mesmo ano eu pude tirar minha carteira de habilitação. Ia sozinho agora no carro. Estudava à noite e gerenciava o departamento de finanças da Fábrica. Todas as vezes que eu passava em frente da casa de Juan lágrimas desciam dos meus olhos. Dona Janete estava ainda inconsolável. Apenas seu Santos tinha um certo conforto com a perda do filho. Eu ainda estava muito chocado com aquilo. Juan era tão novo e tão brilhante. Eu nunca iria me sentir bem enquanto aquela dor não saísse de dentro do meu peito, aquele aperto na garganta. Mas descobri com o passar do tempo, que eu jamais me sararia daquela dor. Minha única consolação era saber que cada dia eu poderia lembrar-me de sua amizade e sentir-me ao seu lado naquelas lembranças.
Juan meu amigo, que Deus o tenha...

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