As filosofias dominantes do planejamento




Existem três tipos dominantes de filosofias de planejamento.
Dependendo do estilo da organização, das políticas e da cultura organizacional, o processo de planejamento vai envolver essas três filosofias e possivelmente uma delas vai se destacar.


 A primeira é a filosofia da satisfação, onde será necessário se alcançar um mínimo de satisfação. É o tomador de decisão que irá determinar esse nível de satisfação. Normalmente essa filosofia é adotada em organizações que não exploram grandes oportunidades e que de certa forma sabem que se ousassem em estabelecer objetivos mais ambiciosos haveria certa resistência para sua implementação.
Para Oliveira (2007) “a preocupação básica dessa filosofia está no aspecto financeiro”, sendo que os demais assuntos abordados dentro do processo de planejamento são deixados de lado ou dado pouca importância. Se a empresa tem recursos financeiros suficientes, subtende-se que os demais recursos poderão ser obtidos.
Essa filosofia é característica daquelas empresas que não definem estratégias de desenvolvimento e crescimento. O que se quer é apenas manter-se no mercado. O importante para a organização não é ser reconhecida, mas sim continuar existindo. Todavia, o aprendizado com o processo de planejamento nessa filosofia, ressalta Oliveira (2007), é pequeno, porém, ela é útil para aquelas empresas que nunca planejaram e agora estão iniciando esse processo, já que o processo será realizado em pouco tempo.
A segunda filosofia é a de otimização. Contrariando a filosofia de satisfação, essa requer que o planejamento seja feito para realizar algo tão bem quanto possível. Esta caracteriza-se, conforme Oliveira (2007), “pela utilização de técnicas matemáticas e estatísticas, de modelos de simulação e de pesquisa operacional”.
O planejamento é orientado para otimizar o processo decisório por meio de modelos matemáticos, e essa filosofia foi amplamente divulgada com o desenvolvimento da informática e a tecnologia da informação. Alguns desses modelos não conseguem atingir determinadas áreas da empresa, como os recursos humanos e a estrutura organizacional, mas são úteis para determinar, por exemplo, tamanho e localização da fábrica, distribuição de produtos, etc.
Um dos problemas graves que o otimizador enfrenta é considerar a organização como se ela fosse toda programada, não levando em conta a possibilidade de existir pessoas não motivadas para tal. Provavelmente pessoas desmotivadas poderão interferir no processo. Cabe ao planejador promover um ambiente propício para o desenvolvimento do planejamento.
A terceira filosofia é a de adaptação, conhecida como planejamento inovativo e também homeostase. Sua essência consiste no equilíbrio entre o ambiente interno e externo da empresa, após ter ocorrido alguma mudança.
Uma de suas principais características é considerar que o processo de planejamento é mais importante que os planos elaborados nesse processo. Supõe também que as razões da necessidade atual de planejamento das empresas vem da falta de eficácia administrativa e de controles e considera que aquilo que o planejamento tenta eliminar ou evitar são erros dos profissionais das empresas. Classifica o conhecimento do futuro em três tipos: certeza, incerteza e ignorância. Cada uma dessas situações necessitará de um tipo diferente de planejamento: contingência, comprometimento ou adaptação.
A certeza refere-se a estar certo sobre algumas questões, como situações que podem ser antecipadas, e que a reação para tal será o planejamento de compromissos ou comprometimento, que estarão prontos para serem assumidos caso as expectativas venham a ser confirmadas.
A incerteza vem ser situações que possivelmente poderão ocorrer e para as quais se podem apontar possíveis direções. Para este caso o planejamento será o de contingências, e uma vez definidos os acontecimentos, pode-se explorar melhor as oportunidades.
A ignorância é quando não tem como se prever algo, como por exemplo, catástrofes naturais. Será utilizado então o planejamento da adaptação.
As empresas devem estar preparadas para responder de forma adequada, às imprevisões ambientais e sua mudanças. Os problemas internos das empresas são fruto principalmente das hostilidades do ambiente externo.
Em relação ao estabelecimento de qual filosofia o executivo deverá adotar no processo de planejamento, Oliveira (2007) afirma que, “é válido que o executivo [...] estabeleça qual filosofia a ser adotada, tendo em vista a adequação entre a situação atual e o processo de planejamento”.


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